Saiba quais são os 12 erros mais cometidos na redação do Enem e como escapar deles

Postado em 08/03/2018

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Os erros mais cometidos na redação do Enem (VEJA.com/Getty Images/Getty Images)

Para escrever uma redação nota 1.000 no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o candidato deve estar bem treinado nas cinco competências avaliadas durante a correção do texto. Na primeira delas, a banca avaliadora irá conferir o domínio da norma padrão da língua escrita. De acordo com os professores, é nessa habilidade que se concentra a maioria dos erros dos candidatos: ortografia, acentuação e uso de expressões da língua falada são os principais deslizes que derrubam a nota.

Além de domínio da norma culta, o estudante precisa ainda compreender a proposta do texto dissertativo, defender um ponto de vista com bons argumentos, demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos e elaborar uma proposta de intervenção para o problema abordado na prova.

A pedido do site de VEJA, professores de cursinhos listaram as falhas mais comuns dos estudantes na hora de produzir a dissertação. Os erros vão desde fuga do tema – que resulta em um zero na redação – até uso de abreviações da internet. Confira os 12 principais erros cometidos pelos participantes e saiba como escapar deles:

    1. Fuga ao tema

    A proposta de redação no Enem tem um tema dado pelo enunciado e três textos de apoio relacionados ao assunto. Suponha que o tema apresentado pelo exame seja "ações dos governos para combater a crise hídrica". O candidato, então, escreve um texto apresentando boas informações sobre a questão da escassez de água (dados geográficos e informações sobre o abastecimento), mas não fala nada sobre as ações de governo. A nota é zero.

    Falar apenas sobre um aspecto do assunto em vez de abordar todo o tema acontece porque o aluno não dá a devida atenção à proposta de redação e aos textos motivadores – ambos muito importantes. “Normalmente a redação do Enem traz três textos de apoio, é preciso primeiro ler e considerar todos os textos para, só assim, escrever a redação”, diz Aníbal Telles, professor de redação no cursinho Anglo. “Isso acontece, muitas vezes, quando o candidato se identifica ou conhece um dos textos. Ele se empolga e se esquece de relacionar todos os textos de apoio”, completa Telles.

    2. Ambiguidade

    A ambiguidade é resultado de textos mal elaborados. Ela surge quando uma mesma frase possui sentidos diferentes, contrários até, confundindo a interpretação e a intenção do autor.

    Exemplo com ambiguidade: “Houve discussão sobre o tráfico de drogas no Senado”

    Na avaliação dos professores, há no exemplo acima uma ambiguidade gravíssima. A frase não deixa claro se o Senado discute a questão do tráfico de drogas — onde quer que ele ocorra —, ou se o que está em debate é o tráfico ocorrido no interior da Casa legislativa. Se a intenção é dizer que o Senado discutiu a questão do tráficon no Brasil, a frase poderia ser escrita como no exemplo a seguir: “Em uma sessão do Senado, houve uma discussão sobre o tráfico de maconha.”

    "A orientação é que o candidato seja bem específico no que escreve e se certifique de que as frases expressam exatamente o que ele está pensando. Para isso, deve ler e reler as sentenças, imaginando todas as possíveis interpretações", afirma Aníbal Telles, professor de redação no cursinho Anglo.
 
  3. Períodos muito longos

    Frases longas podem ser um problema para a coesão do texto. Uma frase comprida tem em média mais de 25 palavras. Quanto mais longas, maior a chance de erros. “O uso de conectivos inapropriados pode prejudicar o entendimento do texto. Além disso, as frases longas prejudicam a compreensão e dão chance a problemas de concordância”, diz Lilio Paoliello, diretor pedagógico do Cursinho da Poli.

    Confira um exemplo de frase longa com erro:

    "Um homem costumava escrever para seus pais, que moravam no interior do país, e contar sobre suas aventuras na capital e também em outras cidades espalhadas pelo continente e pelo mundo, sempre escondendo nas cartas problemas que têm no dia a dia."

    Nesse caso, o sujeito é "o homem". É ele quem escrevia e contava as aventuras. É ele também quem escondia os problemas. Logo, está errado o trecho "... problemas que têm no dia a dia." Isso seria correto se o sujeito fossem os pais, já que o verbo “ter” está no plural.

    A sugestão é preferir frases curtas ou médias com, no máximo, 15 a 20 palavras. O exemplo com frases mais curtas eliminaria o erro:

    "Um homem costumava escrever para seus pais, que moravam no interior do país. Nos textos, contava sobre suas aventuras na capital e também em outras cidades espalhadas pelo continente e pelo mundo. Ele sempre escondia, porém, os problemas do dia a dia."

    4. Generalização e terceirização de problemas

    Uma das cinco competências da redação do Enem exige que o candidato elabore uma proposta de intervenção ao tema proposto. “É preciso evitar argumentos que convoquem terceiros a lutar pela causa. A ideia do Enem é que o aluno pense detalhadamente em uma proposta de intervenção considerando as próprias ações”, diz Aníbal Telles, professor de redação no cursinho Anglo.

    Exemplo: “Vamos todos corrigir o grave problema da violência contra a mulher”.

    Nesse caso, o aluno deverá detalhar como isso pode ser feito, sugerindo, por exemplo, programas sociais nas escolas públicas. O mesmo vale para generalizações. É o caso de afirmações como "as pessoas não se preocupam com o meio ambiente". O candidato não pode garantir que todas as pessoas não se preocupam com o meio ambiente – a afirmação se torna, assim, imprecisa.

    Além disso, palavras como “todos”, “nunca”, “jamais”, “único” e "sempre" devem ser evitadas, pois ajudam a construir generalizações indevidas.

    5. Escrever em primeira pessoa do singular

    No texto dissertativo-argumentativo é necessário escrever na terceira pessoa do singular. Termos como “na minha opinião”, “eu acho”, “eu penso” e “no meu ponto de vista” fogem da impessoalidade do texto proposto.

    Exemplo com erro:

    “Eu acho que a terra é redonda”

    O pronome "eu", da primeira pessoa do singular, transmite uma opinião, o que foge da proposta dissertativa. O correto seria:

    “A terra é redonda."

    Além de ter o tom impessoal, a sentença também demonstra mais objetividade e força.

    6. Expressões típicas da língua falada e gírias

    A primeira competência da redação do Enem avalia a capacidade dos candidatos em demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa. Isso exige, portanto, escrever dentro dos padrões da norma culta. Por isso, o candidato deve evitar expressões típicas da língua falada, registros da oralidade e gírias como “né”, “daí”, “tipo assim”, “tá ligado”. Prefira marcadores da língua padrão: “após esse instante”, “depois disso”, “além disso”.

    A gíria pode ser usada, mas o estudante precisa deixar claro que sabe que se trata de um termo típico da língua falada. “Se forem aplicadas para exemplificar algo, colocadas entre aspas, pode valer a pena. Já os vícios da escrita informal e da escrita em meios digitais devem ser evitados”, disse Lilio Paoliello, diretor pedagógico do Cursinho da Poli.

    Além disso, também é preciso evitar o uso de abreviações da internet, como “vc”, “tb”, “cmg”, “pq”, “pra”. Prefira “você”, “também”, “comigo”, “porque”, “para”.

    7. Erros ortográficos

    Os erros ortográficos são o mais comum nas redações. “Os equívocos podem ser evitados com muita leitura e com atenção para os recursos utilizados pelos autores e para a forma e tom com que escrevem”, afirma Lilio Paoliello, diretor pedagógico do Cursinho da Poli.

    Erros ortográficos mais comuns:
    concientização (errado) no lugar de conscientização (certo);
    pretencioso (errado) em vez de pretensioso (certo);
    compreenssão (errado) em vez de compreensão (certo).

    8. Uso incorreto das palavras "mal" e "mau"

    Outro erro comum é a confusão na escolha das palavras “mau” e “mal”. Mau é um adjetivo, ou seja, qualifica um substantivo, como ocorre em “menino mau”. Já “mal” pode assumir a função de substantivo ou advérbio, ou seja, qualifica um verbo ou adjetivo.

    Para facilitar, os professores aconselham uma antigaorientação: nas frases, substitua as palavras por seus antônimos: “bom” em lugar de “mau” e “bem” em lugar de “mal”.

    Exemplos:
    “Fernanda anda mal de bicicleta.” >> substitua por >> “Fernanda anda bem de bicicleta.”
    “João é um mau exemplo.” >> substitua >> “João é um bom exemplo.”

    9. Falta de progressão textual

    As ideias do texto devem fluir da maneira mais compreensível e natural possível. Antes de iniciar a redação, organize um roteiro com suas ideias sobre o tema e a ordem em que serão apresentadas. “Normalmente o texto dissertativo argumentativo é divido em três grandes blocos, começando pela introdução, depois desenvolvimento do texto e por fim a conclusão”, diz Lilio Paoliello, diretor pedagógico do Cursinho da Poli.

    Para evitar erros nessa questão, os professores sugerem o uso de marcadores de conexão, que ajudam a dar ritmo e progressão ao texto. Os conectivos são conjunções que ligam as orações e ajudam a estabelecer a ligação entre as orações.

    Conectivos como: “contudo”; “entretanto”; “porém”; “todavia”; “no entanto”; “embora”; “ainda”; “uma vez que”, são grandes aliados para contribuir para a progressão textual.

    10. Não use palavras que não façam parte de seu vocabulário

    A vontade de demonstrar domínio da norma culta pode levar candidatos a empregar termos sofisticados e incomuns de maneira equivocada. “Quando não tiver certeza do emprego deste ou daquele termo, seja pela grafia ou pela pertinência gramatical, troque-o por outro que dê o mesmo sentido à ideia que deseja desenvolver”, afirma Lilio Paoliello, diretor pedagógico do Cursinho da Poli. “Essa habilidade só se consegue com muita escrita, erros e acertos.”

    Um dos erros mais comuns está no uso de "adentrar" no lugar de "entrar”. Porém, é preciso lembrar que "adentrar" é um verbo transitivo direto e, por isso, pede objeto direto (sem preposição).

    Exemplo:
    "A mãe entrou na casa." (certo)

    "A mãe adentrou na casa." (errado)

    Para não correr o risco de errar a orientação é uma só: não precisa falar difícil, é preferível escolher palavras e construções simples e prezar pela clareza do texto.

    11. Crase

    Os erros de acentuação gráfica normalmente acontecem por dois motivos: desconhecimento das normas ortográficas e gramaticais ou desconhecimento da posição correta da sílaba tônica. Nas redações, é possível destacar erros comuns em relação ao uso da crase.

    A orientação é olhar para a palavra que segue o uso do "a" do com crase: se for masculina, um verbo ou pronomes como "você, "ele", "ela" não tem o acento tônico. Haverá crase sempre que o termo antecedente exija a preposição e o termo consequente aceite o artigo a.

    12. Uso incorreto do pronome relativo "onde"

    Os pronomes relativos substituem um termo da oração anterior e estabelecem relação entre duas orações. Porém, como o pronome relativo "onde" entra na classe de pronomes relativos invariáveis como "que" e "quem", muitos candidatos erram no uso do pronome como conjunção. Por exemplo:

    “A palestra apresentou muitas ideias, onde nós aprendemos muito”. (errado)

    O pronome relativo “onde” só deve ser usado como referência para lugares. A melhor opção nesses casos é substituir a palavra por conjunções como: “no qual” “na qual” e “em que”, por exemplo.

Fonte: veja.abril.com.br

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